quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

21º Desafio - Bruno Benetti

Tudo bem, eu sei, estou BEM atrasado, mas alguém ainda está contando pra ver se estou em dia? Ok, vocês estão, mas, poderiam, talvez, serem piedosos comigo? Prometo que vou compensá-los! O desafio do dia foi proposto pelo meu colega de jogos de carta Bruno Benetti que achou que seria divertido ver... Bem, uma certa ficção em um conto que misturasse um de nossos hobbies com o "mundo real". Vejam e divirtam-se!

Um belíssimo pássaro que trará a esperança, nesta arte do DA.
O Mestre

O garoto corre para o beco, olhando em volta para garantir que não estava sendo seguido. Uma porta escondida abre-se quando ele bate três vezes na parede, levando a uma sala mal iluminada por uma lâmpada vermelha. Outro rapaz o esperava ali, encostado perto da passagem que leva ao subterrâneo.
- E então? Tranquilo?
- Sim, ninguém me viu e minha mãe tá de butuca pra impedir que eles venham atrás da gente.
- Tua mãe topou mesmo a parada?
- Ela não é dessas, cara, ela sabe o valor dos bichinhos.
- Beleza, bora então, parece que tá todo mundo lá embaixo.
A medida que desciam o som ficava cada vez mais alto. No subsolo, quase meia centena de adolescentes como eles conversavam, trocavam ideias, e até mesmo exibiam seus monstros. Em um canto com sofás, o líder debatia com seus companheiros. Assim que viu a dupla o homem, um pouco mais velho que os outros, levantou-se e foi até eles.
- Noah, é ótimo vê-lo por aqui.
- Moses. Obrigado pelo convite, a Arena está pronta?
- Perfeitamente. Trouxe o time todo?
- Só três. Não estou treinando mais nenhum. Não depois...
- Tudo bem, não falemos nisso. Também usarei três então. Se ganhar, eu te passo a medalha, mas se perder...
- Já sei, eu me junto à vocês e vamos seguir sua ideia idiota de lutar contra o governo.
- Idiota ou ousada? Se nos unirmos, poderemos acabar com a opressão e libertar nosso povo. Olhe em volta, somos muitos!
Noah realmente olhou e poderia concordar, mas sabia que o governo era bem maior, não só por aqueles que mandam, também aqueles que obedecem, seja por medo, seja por dinheiro. Suspirou, seria uma batalha dura e esperava ganhar. Conhecia a fama de Moses e esperava que ela fosse exagerada. Seria uma derrota dura demais para aguentar.
- Bem, quando estiver pronto.
E fez um sinal para que as pessoas se afastassem, liberando o espaço para eles duelarem. Com estilo se posicionou no canto oposto, o Azul do defensor do título. Noah foi até o canto vermelho, do desafiante, e olhou para o controle de teleporte. Era seu terceiro console desde que fora descoberto no verão anterior, sempre com a sensação que seria novamente hackeado pelos técnicos do governo. A dor de perder alguns parceiros era sempre rápida, e passava quando chegava em casa e os encontrava ainda lá.
Apertou o botão convocando o primeiro deles. Uma tartaruga gigante, com canhões saindo de dentro dos cascos e o tamanho de uma caminhote surgiu na parte vermelha da Arena. Do outro lado Moses chamou uma enorme cascavel roxa com presas que poderiam furar a lataria de um tanque.
- Blastoise? Uma escolha interessante, Noah. Mas não se preocupe, Fear vai dar uma lição nele.
Por um minuto Noah pensou em rir. A cada instante, cada movimento, as memórias de treinador voltavam e teve certeza de que não perderia. Conhecia o monstro do seu oponente, já enfrentara outros antes. Moses era bom, mas ele com certeza era melhor.
- Treinadores, podem começar! – gritou o juiz.
- Tempest, Jato de Água!
- Fear, cave por baixo dele e o ataque pelas costas!
Os dois monstros obedeceram ao mesmo tempo, água pressurizada rachando a parede logo atrás de onde antes estava a cobra. Para Moses era uma batalha garantida, mas ao ver Noah dar um sorrisinho sua confiança se abalou.
- Tempest, Terremoto.
A arena e até o prédio tremeu com a batida da pata da grande tartaruga no chão. Pode-se apenas ouvir o chiado da cobra que conseguiu se espremer para fora do buraco completamente destruída. Se não fosse seu corpo maleável poderia estar morta agora.
- Por essa não esperava. Tudo bem. Teleporte para fora, Fear. Teleporte para dentro, Pain.
Com essas palavras o Arbok foi retirado da arena e surgiu em seu lugar um inseto de carapaça amarronzada com duas enormes pinças espinhosas em cima da cabeça. Sua mandíbula abria e fechava em um som medonho e seus olhos brancos davam a impressão de que conseguiam ver tudo.
- Um Pinsir? Uau, esse realmente...
- Pain, estrangule o Blastoise, agora.
Mal teve tempo de reagir, o monstro já pulava no pescoço da tartaruga quando Noah gritou:
- Defesa de Ferro, Tempest!
O Blastoise parou, permanecendo firme, enquanto as pinças se fechavam ao seu redor, mas elas não conseguiram produzir nenhum efeito ao se apertarem. Parecia que ele havia virado rocha.
- Tempest, Jato de Água na fuça desse Pinsir. Sem dó.
O inseto foi jogado contra a parede a tal velocidade que quase a perfurou. Moses trincou os dentes de raiva, incapaz de achar uma boa expressão pros seus pensamentos malignos. Estava sendo humilhado e detestava isso.
- Muito rápido esse seu monstrinho... Parece que você andou dando alguns buffs nele...
- Apenas treinei e cuidei dele o máximo possível.
- Tudo bem... Então eu vou lhe recompensar colocando em campo alguém que preparei especialmente para você... Plague, teleporte para a arena.
Noah não teve tempo de pensar. De repente uma sombra negra surgiu na arena e golpeou Tempest com uma energia densa, parecida com uma nuvem tóxica. A tartaruga estendeu as garras para o garoto, como que pedindo ajuda e eles só pode apertar o botão de teleporte. Seus olhos estavam arregalados, seus maiores temores tomando conta de sua mente.
- Nã-não... Não pode ser!
- Sim, eu trouxe um amigo que achei que você gostaria de encontrar. E então, ninguém mais para enfrentar meu Plague?
Ele encarava o Gengar, apenas um amontoado de matéria escura que tinha uma expressão como um sorriso maligno. Duas luzes vermelhas, seus olhos, estavam olhando de volta e pareciam entrar no seu corpo lhe causando uma intensa tremedeira. Teve medo, muito medo, de chamar seu próximo monstro e acontecer tudo de novo. Lembrou-se do seu amiguinho caído, da dor de vê-lo se contorcendo com o pesadelo e então tudo parou. Uma cova, muitas lágrimas e o enclausuramento auto inflingido. Isso o paralisou.
- Bem, vou considerar então sua desis...
- Hope, é agora.
O botão pressionado fez surgir uma intensa luz no meio da arena, teleportando o seu monstro favorito. Uma ave esquisita, de corpo branco, e com manchas azuis, pairava brilhante, sua própria presença afastando o fantasma.
- O... O que é isso?
- Um Lugia. O Lugia. Hope. Choque Psíquico.
Havia frieza na voz de Noah, mas o pássaro lendário o obedeceu, lançando uma onda de energia mental tão forte, visível apenas como o grito dele, que fez desaparecer o fantasma instantaneamente.
- Vitória do canto vermelho, Noah!
Moses caiu de joelhos mas seu oponente não comemorava. Na verdade ele estava de pé, observando os movimentos do seu monstro, que, agora que tinha completado sua missão, também o olhava. O pássaro voou para perto dele e o envolveu, sumindo em uma explosão de luz branca.

- Obrigado... Amigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário