quarta-feira, 24 de maio de 2017

Terça Insone II

Talvez, em algum momento futuro, eu encare os dias de hoje como a fase da metamorfose. Meus pensamentos, que eram muito caóticos, tem se reunido em linhas curtas, enunciando uma mudança interior muito perceptível. As camadas foram caindo, e cada palavra ganha um novo peso, não por menos, tornando-se tão densas quanto a matéria que tocamos. Peço perdão pelas rudezas... não tenho certeza mais de quais são...

A Força que eu não tenho

Foram-se os dias em que
contando nos dedos
eu tinha mais certezas que dúvidas
Tais pensamentos tinham forma
de cristais de gelo circundando
as paredes da minha caverna
Sabe aquele espaço pequeno
dentro da sua cabeça
em que você pode se esconder?
Há nele um monstro
tão grande quanto minha vontade
que em algum momento me devorará
A Força que eu não tenho
é a que me falta em meus sonhos
e também a que não me compele agora
A andar, correr, voar
sair deste ostracismo auto-infligido
culpa do medo que corrói meu âmago
Medo não de agir
mas de perder, como se fosse possível
tudo aquilo que construí para mim
Medo de que meu castelo rua
por ter suas bases não tão sólidas
feitas dos cristais do meu amor
É verdade que eu talvez exagere
e que tudo isso é só meu monstro em mim
dizendo mentiras que eu acredite ser verdade
Droga, já não sei mais quem sou
só queria nunca deixar de ser
a pessoa que você pode amar

terça-feira, 16 de maio de 2017

Terça Insone

Quero tentar, pelo menos mais uma vez, trazer um pouco de material inédito pra cá e lançar alguns programas semanais. Espero conseguir manter. Para hoje tenho a Terça Insone. Normalmente pode vir nesse horário da noite, ás vezes pela manhã e alguns dias, com sorte, antes de virar quarta. Poesias, poemas, algumas coisas, música se eu conseguir compor. A meta é que a Terça Insone seja meu canto de descarrego, quando as palavras saem do coração e vem como torrente pra cá. Hoje... sejam brindados com uma dose de melancolia.

Tudo bem, eu sei
Não pagamos por essa festa
Entramos por uma porta há eras
E assim, do nada
Fomos ficando, só embalando
Quando vimos não eramos mais
Viemos amigos,
Um par, meio assim, meio não
Rindo juntos, irmãos de sangue
Agora somos
Desconhecidos, talvez
Quem sabe ainda possamos sair
Você e eu
Se nos esbarrarmos
Entre Deep Purple e Bon Jovi
No meio da sala, lotada de gente
E nos reconhecermos
Será que você vai lembrar
Da nesga de um sorriso que eu dei
Quando nos olhamos pela última vez?