quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

11º Desafio - Aleatório

Sim, voltei a um dos desafiantes anteriores. Até surgir alguém novo, vou aproveitar segundas e terceiras sugestões de alguns deles. Este desafio me lembrou muito o filme Memento, que virou Amnésia em português, e que tem uma das montagens mais simples e divertidas que já vi. Assim, não foi lá muito difícil imaginar como proceder com o texto. Espero que gostem!

Como me meti nessa?

Percebi na hora que havia feito a escolha errada. Tive apenas dois segundos para pensar, tempo suficiente para apertar o gatilho. A bala atravessou a mesa e ouvi o baque do corpo caindo em seguida. Gosta de sangue escorreram pela borda, manchando o carpete na minha frente. Respirei fundo e contei até dez. Nenhum som novo. Ótimo. Saí do esconderijo. BANG!
Quando nada mais pode me frustar, os problemas começam. Escuto os passos no corredor e mal tenho tempo de me esconder embaixo da escrivaninha e deixar que as armadilhas façam seu trabalho. A navalha cai e uma cabeça rola pelo chão. A espingarda acerta um e ouço o grito gargarejado do sangue saindo pela boca. Os passos cessam. Aparentemente estão todos mortos. Resolvo tentar sair.
Realmente não é meu melhor dia. Toda a sala está coberta dos mais variados truques para acabar com os homens que podem nem aparecer. Dificilmente as coisas já estiveram mais complicadas. Foi uma ideia idiota armar isso tudo, o telefonema, a conversa com Diana, ter deixado Roger fugir. Suspiro aliviado quando termino de colocar o fio quase invisível que vai soltar a lâmina do teto.
Como se eu já não tivesse feito uma grande burrada antes. Diana bateu a porta quando saiu, irritada e pisando pesado. Tenho que falar com ela depois, seria uma boa nos reconciliarmos. Agora, preciso me concentrar. Há muita coisa que posso usar aqui. Uma base de guilhotina, uma espingarda antiga, algumas atiradoras de pregos e outras coisas menores que podem ser bem letais. Comecemos a trabalhar!
- É claro, porque você é muito imaturo! – ela grita chegando a me assustar. – Você tem o péssimo hábito de coletar inimigos por aí, atrapalhando sempre qualquer chance de vida a dois que podemos ter! Francamente, Daniel, cresça de uma vez ou eu... Ou eu... – Oh, oh, ela viu a sacola em cima da mesa – O que é isso? DEUS! Quer saber, desisto disso! Vou embora! Lide com eles sozinho!
- Eu não tenho culpa de nada, eu juro! – aquilo explodiu dentro de mim, havia cansado de ter que me explicar sempre – Por favor, Diana, eles que vieram até mim, e isso porque o SEU amigo Roger me deixou na mão! Olha que legal, foi só as coisas apertarem e ele deu no pé levando a única chance de eu me livrar na conversa. Que grande amigo ele é que me sacaneia assim logo na primeira briga né?
- Você sempre reclama muito. – disse ela, as lágrimas começando a escorrer – Eu não vou aguentar se continuar assim. Eles invadiram o apartamento quando eu estava sozinha. SOZINHA! E se tivesse me acontecido algo? Você tem que tomar mais juízo, Daniel, ou eu vou te deixar!
- É essa bosta de cobrança louca desses caras. Eu falhei em uma missão apenas e lá vem “Daniel, você é um merdinha!”, “Daniel não faz nada direito!”, “Daniel sempre falta com a gente!”, mas que droga! Eu recebo a pior parte e a menor divisão dos lucros sempre. Sabia que não era uma boa ideia ter aceitado aquela proposta que você me trouxe por conta do Roger.
- Qual a sua justificativa pra ISTO? – ela levanta os restos da maçaneta – Diga, Daniel, por quê esses caras invadiram o apartamento enquanto eu tomava banho e vieram atrás de mim? – coloco a sacola em cima da mesa pensando no que falar – DIGA!

Sabia que tinha algo errado quando cheguei lá. A porta estava semi-aberta e Diana me esperava sentada no sofá, só de robe, os olhos me fuzilando enquanto entrava. Seus lábios tão apertados que dificilmente passaria um fio de cabelo. Droga, pelo jeito hoje seria meu último dia na terra. Essa mulher ainda me mataria.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

10º Desafio - Franthesco Bertote

Dessa vez o desafio foi mais tenso, o Franthesco pediu que eu fizesse um roteiro de Teatro ou TV, algo com o quê não mexia desde a faculdade. Bem, acabei tendo uma ideia, mas pra fazê-la precisei desvirtuar o tema só um pouco, criando uma paródia. O resultado tem sim regras para roteiro, só que me foquei em manter o que eu achava que renderia um bom humor. Espero que agrade a ele e a vocês, então, boa leitura!

CENA 1

CENA 1
Abre o quadro, câmera parada, fundo todo branco, uma cadeira branca, alguém sentado nela, vestido todo de preto. A câmera dá um close. A pessoa está dormindo. Acorda, olha em volta, se levanta braba.
PERSONAGEM SEM NOME: Ah não, de novo não!
Corre até a câmera, encosta as mãos na lateral. Câmera chacoalha como se ela estivesse fazendo isso. Ela dá um berro.
PSN: Me tira daqui! QUERO SAIR!
Uma mão a empurra de volta. A mão usa luvas pretas.
PSN: Por que eu?!? O que eu fiz?
Ela levanta de novo e bate as mãos naspernas, como se tirasse o pó delas. Anda até a beirada e bate em uma parede invisível.
PSN: Vocês só podem estar de brincadeira, acham que é uma piada?
Sobe som Risadas.
PSN: Muito engraçado. Certo, vou ficar aqui parado(a) esperando. Quero ver o que vão fazer.
Senta na cadeira e cruza pernas e braços. Um guarda-chuva é jogado pra ela. Olha para o objeto.
PSN: Até parece que vai chover aqui dentro.
Sobe som Trovoadas.
PSN: Não vou cair nessa.
Sobe som Mais Trovoadas.  Pega o guarda-chuva e abre. Fica encolhido(a) em cima da cadeira.
Sobe som Muitas Trovoadas.
PSN: Tá, cadê a chuva?
Água jogada com balde bem no rosto. Fecha os olhos e cospe água.
PSN: Justo, eu que fiz a pergunta idiota. Mas ok, agora já fizeram a piada da esquete. Posso ir embora?
Mão surge com uma placa dizendo “NÃO”.
PSN: Oh, olá! Então eu tenho companhia. Como vai você?
Placa: “Bem, e você?”
PSN: Ótimo pra dizer a verdade. Estou encharcado(a), fui raptado(a) e estou preso(a) aqui. E pra piorar, não tenho gênero!
Placa: “Poderia ser pior.”
PSN: Duvido.
Placa: “Você poderia estar no BBB.”
PSN: Você ganhou. Posso então ser eliminado(a)?
Placa: “Claro!”
Uma arma surge apontando pra pessoa. Ela levanta as mãos.
PSN: Não foi isso que eu quis dizer! Abaixa isso!
Placa: “Desculpe.”
Pessoa coloca a mão na frente do coração e solta um suspiro de alívio.
PSN: Assim fica difícil dialogar. Ufa.
Sobe som Estômago Roncando.
PSN: Acho que estou com fome, teria algo pra comer aí?
Mão surge com um bombom.
PSN: Algo mais consistente? Sabe, faminto?
Mão surge com dois bombons.
PSN: Tá, tá, eu aceito. Obrigado.
Placa: “10 reais.”
PSN: Quê? Quem pagaria dez reais em dois bombons?
Placa: “Agrega valor.”
PSN: Ah, vá! Tudo bem, tudo bem.
Pessoa mexe nos bolsos, procurando algo. Não acha, faz cara de susto.
PSN: Quem pegou minha carteira? Ei! Como vou pagar?
Placa: “Podemos negociar.”
PSN: Ahn, acho que não é uma boa ideia. – pausa dramática – Já sei, que tal se eu cantar?
Placa: “Tá achando que tá no Ídolos?”
PSN: - gritando – Eu não sei onde estou! Fui jogado aqui!
Sobe som Own.
PSN: Tudo bem, tudo bem. Como faço pra sair daqui? Posso pegar dinheiro no banco daí.
Sobe som Diretor:
“Corta! Corta! Tá muito ruim! Vamos repetir do início! Todo mundo aos seus lugares! Peguem outro balde d’água e tragam também a bigorna e a torta!”
Pessoa fica com cara de medo, olha ao redor procurando algo.
PSN: Não! Espera! Não! – gritando –
Sobe som Diretor2:
“É esse o espírito! Agora, desacordem ele!”
Bota voa e acerta pessoa na cabeça, que cai desacordada  sentada na cadeira.
Sobe som Diretor3:
“Perfeito! Do início! Cena 1, décima nona tomada!”

- Fim da Cena -

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

9º Desafio - Cintia Yuri Nishida

Algo muito bom desses desafios: Estou reencontrando pessoas com quem não falo há muito tempo, e estão vindo com ótimas sugestões. No caso da Cintia, que me deu duas aliás, e que vou escrever a outra daqui a algum tempo, foi o caso de Memórias Herdadas. Precisei quebrar a cabeça um pouco pra pensar em como poderia falar disso. Daí me veio a ideia de um diálogo, e é o que temos aqui! Espero que ela goste da adaptação que fiz da ideia dela e prometo que vou me esforçar ainda mais para a próxima que virá!

Um Toque Aqui, Um Retoque Ali

- Ele vai ser médico.
- Não acho que seja uma boa ideia...
- Claro que é! Imagine: Doutor A...
- E se ele descobrir o que fizemos?
- Que nada, é só não deixar que ele estude sobre o assunto.
- É? E como vamos fazer isso, gênio?
- Hum...  Já sei! Um trauma!
- Como assim?
- Simples. Implantamos uma memória traumática, algo que ele nunca consiga esquecer e que vai impedir que ele queira saber mais sobre o assunto.
- Interessante. A morte de algum parente ou uma conversa que o mudará para sempre?
- Sim, sim. Isso mesmo!
- E se isso fizer com que ele nunca faça Medicina?
- Não tinha pensado nisso. Que tal contador então?
- Altas taxas de suicídio. Desnecessário para o projeto. Mas poderia ser policial.
- Seria irônico se ele nos prendesse no futuro.
- Só se alguém fizer outra besteira.
- Ei! E o senhor é o Doutor Perfeito?
- Ele só está aqui porque VOCÊ esqueceu de deixar a boca fechada.
- Isso, ponha a culpa no cara que estava fazendo sala enquanto VOCÊ limpava a bagunça que fez aqui dentro. Falei que mexer no cérebro de um cavalo não era uma boa ideia!
- Mais alguns ajustes e ele teria aprendido a usar aquelas asas que implantei... Ora bolas...
- E o que fazemos com ISTO aqui?
- Boa pergunta. Parece meio... Bobo não é?
- Bobo? Quem é você, uma adolescente apaixonada? Isto aqui é ridículo! Completamente inútil. Vou cortar fora.
- Espere! E se ele quiser aprender a...
- Não vai. Simples. Agora me passe uma dose de Feconaflexissotan.
- Você não vai...
- Ah, vou...
- Ele pode ficar impotente!
- Bobagem. Usei semana passada no Paciente B e ele ficou muito bem.
- O Paciente B é uma mulher, seu pateta! Agora confunde os gêneros?
- Isso explica muita coisa...
- Como você se formou, mesmo?
- Cala a boca! E você que ficou dois anos paquerando a Paciente G antes de se tocar que não poderia procriar com um gorila?
- Mentira! Calúnia! Ultraje! Eu... Eu... Só estava sendo gentil com ela! É uma gorila muito complexada, viu?
- Claro, claro. Ela deve ter ficado decepcionada com o tamanho da sua banana.
*CRASH!*
- Mas... O que é isso? Viu o que você fez? Agora ele... Ele... Não é que ficou mais atraente?
- Você acha?
- É, veja aqui, a monocelha se dividiu... E o lábio parece até mais carnudo...
- Desde quando você nota essas coisas?
- A Paciente M trouxe uma revista de garotas com ela anteontem. Fiquei sem o que ler no banheiro...
- Certo... Bom, desculpe a cadeirada, temos que nos focar no assunto.
- Sim, vamos só suturar aqui e ali, dar uma corrigida e quem sabe ele não possa até ser um ator.
- Ainda acho que ele seria um ótimo policial.
- Bom, ele pode fazer filmes policiais e de ação. Não precisa muita coisa pra atuar nesse ramo mesmo.
- Pronto, está fechado!
- Hum... O que é aquilo?
- Ah, droga! Sabia que tinhamos esquecido de algo! Bem, deixa pra lá... Quem precisa saber qual é a raiz quadrada de 144 mesmo...

8º Desafio - Pedro Rockenbach

Juro de pés juntos que tentei lançar esse texto ANTES da meia noite, foi realmente difícil e... Não deu. Mas aqui está. Respondendo ao desafio do Pedro Rockenbach aqui está um texto sobre... Bom, é melhor que vocês mesmos leiam. Só posso dizer que foi divertido voltar a uma ideia antiga, de um dos meus textos favoritos. Dessa vez, o Velho e a Caixa tem uma nova ambientação, um novo significado. Espero que gostem.

O Velho e a Caixa

Encontrei o Velho por acaso. Ele estava sentado na praça, com a caixa na mão, observando os passantes. Abria de vez em quando um sorriso meio bobo e tentava oferecer sua caixa, mas ninguém parava pra conversar. Senti uma certa pena e sentei ao seu lado, crente de que ele me faria amesma oferta, mas me ignorou completamente. Preferiu tentar a sorte com um rapaz de moicano que fez que não o viu. Deu até aquela suspirada de quem poderia fazer alguma coisa, mas se os outros não fazem, então porquê se incomodar?
- Sabe, você poderia falar comigo. – eu disse, esperando que ele me respondesse.
- Ah, não, você não. É muito cedo. – respondeu, mas foi como se estivesse falando com qualquer outra pessoa.
Levantou-se e estendeu a caixa. Dessa vez uma moça parou, olhou para ele, para o objeto de papelão em suas mãos e até mesmo ensaiou abrir, mas afastou-se e foi embora. Outros vieram, de vários tamanhos e cores. Posso até dizer que várias culturas e religiões. Um monge, inclusive, chegou a olhar dentro dela, e saiu correndo, aparentemente assustado. O velho voltou a sentar do meu lado e deu uma risadinha triste. Parecia decepcionado.
- Ás vezes eu penso que eles têm medo de se decepcionar. Em outras imagino que já estejam tão cansados disso que nem querem mais tentar ver no que dá. Eu fico até surpreso que eles ainda me aguentem.
Não entendi nada do que ele disse, e de que adiantaria? Só pude concordar e prestar atenção. Apesar de estar abatido e de parecer um mendigo, seus olhos eram dos mais profundos que já vi, duas esferas azul-escuras como um céu estrelado noturno. Admiráveis, e também bem melancólicos, refletindo uma vida terrível.
- Será que eu não poderia...
- Ver? Talvez, será que você aguentaria? Você é bem jovem, forte, já teve seus momentos de triunfo. É, quem sabe...
- Você não faz muito sentido, sabia?
- E por que deveria? Se eu fosse a resposta para tudo, vocês nada teriam que fazer. Só aproveitar as ondas que vêm e vão, seria bem legal no começo, tranquilo, mas depois de um tempo encheria o saco.
- Você fala como se... – não terminei a frase.
- O quê? Fala!
- Nada não, só pensei uma besteira.
- Besteira é não falar o que pensa. Vocês perdem tempo demais pensando no que dizer em vez de dizer. Por isso que tem tanta gente solteira, tanto casal se separando e tanto viúvo se lamentando. Outro dia mesmo tive que dar um empurrãozinho para um garoto pedir o namorado em casamento. Foi difícil...
- Namorado? Eu pensei que...
- Pensou errado. O espírito não tem sexo, meu filho, só o corpo. E eu não vejo vocês da mesma forma que me vêem. Tá vendo aquela garota linda e gostosa ali? É uma pena que, além de sustentar mais vícios do que seu corpo é capaz de aguentar, ela também seja bem mesquinha.
- Jura? Olhando daqui...
- Aparências enganam, meu filho. Já levei pra longe e pra baixo muito pastor que vivia dizendo que eu era acima de tudo e roubava dos seus, e já deixei ir pro Nirvana muito jovem que se tatuava dos pés à cabeça e é vendedor de seguros.
- Inferno e Nirvana? Isso parece meio contraditório...
- Cada um tem seu paraíso particular. Ou acha que alguém realmente vai ter razão? Até minha forma é algo misterioso, varia de acordo com os SEUS calendários, suas vontades e principalmente com a capacidade de raciocinar da espécie que estou visitando.
- Acho que você está brabo conosco.
- Desculpe, me acostumei a tentar discutir isso com os líderes religiosos que não são capazes de dar o braço a torcer. Por sorte de vez em quando me aparece um Papa mais cabeça aberta ou um médium com algum temperamento menos... Complicado.
- Pelo jeito todos estão certos.
- E errados ao mesmo tempo. É complexo, não funciona tão simples. Quem sabe em mais uns dois mil anos vocês entendem.
- Justo, acho que não posso esperar, mas, se você fala a verdade, pode ser que esteja de volta.
- Se você acreditar nisso...
- Gosto da sua forma de falar. Queria muito que fosse Ele mesmo.
- Agora você está pronto. Fique com a caixa. Meu tempo por aqui acabou e quero que você a guarde até o próximo chegar. Quando eu sair, olhe dentro da caixa.
Ele a largou no meu colo e foi andando. Vi quando virou a esquina e fiquei esperando que voltasse rindo, mas nada aconteceu. Louco ou só brincando, foi uma conversa divertida. Eu agora segurava a caixa como ele minutos antes, então achei que era melhor olhar pra matar a curiosidade. Tudo se iluminou. Foi uma sensação indescritível, mas vou tentar resumir.
Dentro havia o infinito. Cada fragmento de cada mundo possível se refletia nos meus olhos. Pude ver o pensamento de todas as criaturas viventes, e me surpreendi em saber que o universo se espandia segundo a segundo. Ouvi suas vozes, mesmo aquelas que não podia entender, seja pela língua, seja pela falta de percepção da faixa sonora. Respirei odores de milhares de lugares, comidas e pessoas ou coisas. E então localizei um pequeno brilho, praticamente ínfimo, em um planeta longe, bem longe. Aproximei a vista e então lá estava eu, de pé, parado em uma imensidão de sensações, sentimentos.

Levantei, fechei a caixa e fui embora.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

7º Desafio - Eu mesmo

Hoje foi um dia bem cheio, e eu falo isso com convicção. Fiz uma festa hoje com muitos amigos que durou horas e horas. Bem, agora que deu uma relaxada corri para o computador para fazer o sexto desafio, assim trago para vocês o primeiro sem um desafiante. Pois é, acabaram as pessoas, ninguém mais se propôs. Mas ainda estou aceitando! Trouxe hoje apenas um poeminha, feito rapidamente, como em um suspiro.

Um Suspiro

Alívio de uma mente solitária
Quebrada em memórias fragmentadas
Esculpidas em lembranças falsas
De mentiras muito bem contadas
Por homens que não sabem de nada
E mulheres com vozes de taquara rachada
Que contaram fofocas de vidas desperdiçadas
Você sabe de quem são estas histórias
Com covardes personagens principais
Fugidos de batalhas épicas

E da responsabilidade de futuros reais

domingo, 26 de janeiro de 2014

6º Desafio - Mônica Pedrini

É, eu sei, pela hora deveria ser domingo, mas... Eu ainda não dormi, então é sábado e este conto não está atrasado! Yes! Hoje eu trouxe o desafio da Mônica, que me pediu um conto sobre o romance de uma humana com um alien... Bem, vocês verão o que saiu disso aí! Espero que apreciem!

Contatos Imediatos de Quarto Grau e Meio

Todo mundo tem aquele amigo de um amigo que um dia passou por uma situação que é fora de série, inacreditável, o causo que conta em uma festa aleatória. Só que ás vezes, bem ás vezes mesmo, algumas dessas histórias são reais.
É o que venho contar, algo que aconteceu com uma amiga de minha prima. Uma tal Jéssica. Dizer que a garota era esquisita era pouco, apenas seus poucos amigos conseguiam compreender, ou fingir isso, sua paixão pelo que há universo afora. Não falo de um gosto por astronomia, viagens espaciais ou talvez um sonho com ficção científica.
A coisa é um pouco mais complicada, do tipo “Possua-me, alien!”. Pelo menos é o que diziam. Nunca vi, como saber?
Só que Jéssica tinha uma falha agravante em sua busca por ser um dia abduzida: Um medo mórbido de ficar na rua de noite.
Essa situação mudou em uma festa que Jéssica foi, praticamente empurrada por essa minha prima. A festa em si estava uma droga, com música ruim e gente esquisita. Tão esquisita quando a pobre garota, o que quer dizer que ela devia se sentir em casa. Mas não.
Depois de uma hora zanzando, tentando se enturmar, Jéssica sentou no sofá ao lado de um casal se pegando. Um par de olhos violetas atraiu seu olhar do outro lado da sala. Cabelos loiros espetados e uma roupa de nerd. Muito deslocado para uma festa tão estranha.
Jéssia se sentiu sem ar, totalmente envergonhada. A boca secou, as mãos suaram, os olhos vidraram. Tentou levantar, tentou caminhar, tentou não tropeçar no pessoal “dançando”, tentou chegar perto, tentou puxar conversa.
- Ahn, oi?
É, foi um bom começo Jéssica. Muito bem, mas pela história, isso DEU CERTO! Ela conseguiu que o garoto a respondesse, desse trela, a seguisse para a cozinha onde pegou ponche para os dois (está batizado, não é?). O garoto parecia divertido demais e NADA alienígena, o que é bem diferente de tudo que ela já apreciou antes.
- Então... Qual seu hobby, Jess?
- Ah, é, então, sabe?
Foi difícil confidenciar sua paixão, sua vocação.
- Ah, o espaço? Uau! Eu também gosto disso! Demais, cara!
E lá ficaram conversando sobre et’s, espaçonaves, teorias da conspiração, beijos, amassos, pegada em certas partes. Foi uma união muito boa de fluídos corporais, química e talvez uma boa dose de bebida. O ponche estava REALMENTE batizado.
- Eu... Nunca fiz isso antes.
- É, eu sei. Eu sei tudo sobre você Jéssica. Na verdade, eu venho observando você há muito tempo.
Foi nessa hora, sozinha com ele na varanda, que Jéssica notou que estava tudo muito quieto. Pior, estava tudo muito ESCURO. Ela estava no meio da noite a céu aberto. Sua pequena fobia repuxou suas orelhas, fez seu corpo reagir na defensiva e se afastar desse garoto que de repente pareceu mais bizarro do que o “normal”.
- Não entendi bem...
- Ah, não se preocupe, Jess, você está segura. Seus desejos serão todos realizados em breve. É só esperar um sinal.
O papo sem pé nem cabeça fez Jéssica tremer por inteiro e pensar em abrir a porta, que por algum motivo estava bem trancada. Oh-oh, Jéssica, isso não deu muito certo.
- Por favor, tá me assustando!
- Espere só mais um pouco... Ah, está ali!
Um círculo azulado cruzou os céus e parou bem em cima do garoto, começando a sugá-lo e levando Jéssica com ele. A garota até tentou se segurar em uma cadeira, mas acabou levando-a junto.
- Por favor, pára!
- Eu sempre pensei que você quisesse vir com a gente, Jess, o que foi, mudou de ideia?
- Eu só quero ir pra casaaaaaaa!
Bling! Jess, a cadeira e o pobre nerd caíram todos na varanda, bem antes do brilho azul sumir.
- Ué, quê? Ei! Voltem aqui!
Jéssica olhou para ele, para a situação ridícula que estavam e saiu correndo, deixando-o para trás todo aturdido. Depois disso o garoto ficou observando onde ela caiu, respirou fundo e puxou uma espécie de celular interplanetário. Discou um número e aguardou.
- Oi? Mals aê, mas minha carona me deixou, pode vir me buscar? É mãe, eu tava tentando achar uma acompanhante pro baile, mas não deu certo... Ah, não enche, mãe! Vem logo!

E como eu sei disso tudo? Bom, lembra do casal se pegando no sofá? Minha prima. Ela resolveu ir com o cara pro segundo andar e eles acabaram descendo para o telhado. Quando a nave sugou tudo, ela e o cara acabaram caindo na árvore do lado da casa. E minha prima jura de pé junto que depois disso a Jéssica só fala de morar no interior, bem longe de qualquer estação espacial!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

5º Desafio - Aleatório

De todos os desafios propostos até agora, o do Aleatório foi o mais simples e também o mais safado. Escrever uma fábula, aos pés de Esopo, é bem mais difícil do que parece! Mesmo assim, topei a brincadeira e aqui estou, com a história do pobre elefantinho. Espero que vocês aprendam uma boa lição com isso! Quem sabe não ajuda vocês no futuro, como as fábulas me ajudaram na infância! Não sou tão bom contador de histórias infantis, mas... Vejam lá!

Imagem meramente ilustrativa tirada daqui.
O Elefantinho e sua Tromba
Todo mundo tira sarro do pobre elefantinho. Suas orelhas grandes, sua barriga saliente, principalmente da sua tromba que ele vive tendo que tomar cuidado para não pisar em cima! O elefantinho corria, de vez em quando tropeçava e lá ia rolando, enquanto os macacos tiravam sarro, a girafa escondia a cabeça na árvore para rir e a ema afundava a cabeça na terra em gargalhadas.
Mas o elefantinho não se preocupava. Apesar da ótima memória, preferia esquecer as brincadeiras sem graça e as piadas de mal gosto dos outros. Ou ao menos é isso que dizia quando chegava o macaco troçando:
- Ei, elefante, já pensou em fazer redução de orelhas? Com um satélite desse tamanho deve ser difícil não pegar recepção de rádio religiosa!
- Ora, amigo macaco, agradeço a preocupação! Mas não ligo para isso. Qualquer coisa, só preciso mexer a cabeça e ouvirei o futebol!
E satisfeito saía, mesmo com o macaco atrás fazendo cara de quem não gostou e continuando a falar mal dele pelas costas. Outro dia mesmo a girafa chegou até ele e disse:
- Já pensou em fazer um regime? Comer umas folhas dessas árvores por exemplo em vez de todos esses amendoins. Porque daqui a pouco vamos começar a orbitar em volta de você!
Sorrindo, o elefanto responde:
- Obrigado, minha cara girafa, mas estou bem. Tenho comido só o suficiente e me pesei ainda ontem. Perdi trezentas gramas, veja só!
E mais uma vez caminhou pela foresta, feliz da vida. A girafa virou-se para o macaco e comentou:
- Com esse peso todo, duvido que ele tenha uma balança que aguente.
Caíram na gargalhada. A ema foi mais cruel, vendo que o elefante tentava espantar com o rabo uma mosca chata que ficava circulando por suas costas, disse:
- Que pena que sua tromba não seja lá tão flexível quanto nossos pescoços. Senão era simples, uma bordoada e essa mosca seria história! Ai ai, pobre de você, elefante, com esse peso morto que só serve pra acumular rinite...
Dessa vez o elefantinho não teve como responder. A mosca irritava realmente e dificultava uma boa conversa.
Só que o tempo esquentou, e esquentou muito. Os animais tentavam se refrescar na água do lago, mas não era o suficiente, porque a água também estava quente e parada. Se houvesse ao menos uma cachoeira para mexê-la.
De repente o elefantinho surgiu por entre as árvores e enfiou a tromba na água, sugando uma grande quantidade de líquido. Apontou aquele cano para cima e expeliu o líquido que tinha recolhido, fazendo-o cair como chuva e cobrindo os outros animais. A sensação da água caindo foi ótima, refrescando a todos que, envergonhados, disseram em uníssono:
- Obrigado, amigo elefante! E desculpe pelas brincadeiras, sua tromba é ótima!
Sem dizer nada, o elefantinho apenas sorriu. Ali perto, um jacaré que via a cena comentou para o outro:
- Amigo da onça, isso sim! Nenhum deles parou pra pensar que ele tá aproveitando para espirrar neles!

Moral da história: Não faça troça de ninguém, porque algum dia você pode precisar da ajuda dele e vai acabar é levando ranho!


Mentira, a moral é: Não leve desaforo para casa, mas também não se meta a brigão. Tenha paciência e saiba responder sem ser mal-educado, um dia você terá sua chance de se mostrar.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

4º Desafio - Ariana

Quase meia-noite, eu tive que correr para conseguir escrever, hoje foi um dia bem corrido para mim. Mas aqui está, o desafio da adorável Ari, que não foi tão difícil assim, e rendeu uma boa história. Espero que ela aprecie essa visitação à casa noturna que sua personagem Rosemary irá fazer, algum dia, no meu cenário de Vampiro, a Máscara. Fiz questão de escolher uma situação bem divertida para ela aproveitar. E claro, fazer uma certa propaganda dessa maravilhosa instalação. Aproveitem!

Belíssima imagem de uma dançarina daqui.
Fora da Rotina

A rotina no Rosa di Fiore pode se resumir a: Prepare-se para subir ao palco, ande entre os clientes, faça os serviços VIP e vá para casa depois. Raramente envolve algo mais perigoso como atender um assassino profissional com uma enorme cicatriz no rosto. Quando o gerente disse à Érica que havia um homem especial para ela, a garota pensou que fosse o jovem cavalheiro de olhos azuis que era grande amigo de sua patroa. Ao entrar na sala, um grandalhão careca e com cara de poucos amigos a encarou.
- Você é a garota que eles mandaram?
A pergunta parecia bem obtusa, com uma resposta muito óbvia, mas Érica demorou pra responder pela postura daquele homem. Mesmo usando terno e com uma maleta aparentemente bem cara, a expressão dele dá a entender que poucas pessoas poderiam chegar perto sem sofrerem lesões seríssimas.
- Ahn, sim... Eu vim lhe dar uma sessão super-especial. Disseram-me que o senhor é muito importante para nós e por isso vai receber uma atenção extra.
- Ótimo. Sente-se.
Esse era realmente um pedido estranho. Geralmente os homens, e até algumas mulheres, exigiam uma dança, um afago ou até algo mais íntimo, que seria muito bem pago depois. Sentar do lado era tão “normal” que Érica demorou a entender. Quando ficaram lado a lado, o homem pegou a maleta e colocou em cima da mesa. Um arrepio subiu pela espinha da garota, uma espécie de mau-pressentimento. O que quer que tivesse ali dentro não poderia ser boa coisa. Pensou em usar o botão de perigo, mas o homem lhe segurou a mão de forma autoritária.
- Eu quero que você tome algo. – disse ele levando a mão dela até a mesa. – Espere. Aqui.
De dentro da maleta ele tirou um frasquinho semi-transparente com algumas capsulas coloridas. Despejou algumas na mão dela e indicou três de cores diferentes.
- Escolha uma e tome. É isso que quero que faça para mim.
O sangue que Érica tomou mais cedo poderia lhe garantir uma boa resistência à qualquer droga, mas por algum motivo ela sabia que não seria o caso ali. Estava entre a cruz e a espada e não tinha uma alternativa segura. Engoliu a capsula vermelha o mais rápido que pode. Ficou olhando para o homem, esperando algo.
Ele tirou da maleta uma pistola, e o sensor de perigo de Érica estourou. Iria apertar o botão AGORA, antes que algo de mal lhe acontecesse. Mas seu corpo não correspondeu ao pânico. Pelo contrário, pareceu relaxar e uma excitação anormal tomou conta da sua libido. O homenzarrão ficou mais atraente, muito mais do que era possível para um 4x4 cheio de cicatrizes e com um aeroporto de mosquitos na cabeça. Érica não conseguiu mais se segurar e tomou o rosto dele para beijá-lo.
Pela resposta dele, não esperava por aquilo. Ele recuava, tentava impedi-la de tirar a roupa e de tentar tirar a dele. Movimentos amplos fizeram com que ele caísse no chão e demorasse para levantar, dando tempo para que ela subisse nele.
- O que está fazendo, garota maluca? – ele perguntou quase gritando e preparando a arma para atirar nela.
Nesse momento a porta se abriu violentamente. Um rapaz, não muito mais velho que Érica e vestindo um colete sobre uma camisa vermelha, entrou carregando um bastão de beisebol. O careca olhou para ele, apontando a arma e desferindo três tiros. Todos erraram o alvo, que se mexeu entre eles rápido demais para ser seguido por olhos humanos. O rapaz, que era o gerente da Rosa di Fiore, acertou um golpe que quebrou os dentes da frente do homem.
- Por favor, não se mexa muito, deixe-me lhe dar o tratamento dedicado a pessoas do seu naipe, senhor. Com todo o refinamento merecido. Espero que esteja aproveitando nossos serviços.
Enquanto falava, o gerente acertava mais um, dois, três golpes, imobilizando o homem enorme, quase três vezes o seu tamanho. Érica parecia aflita, incapaz de escolher a qual dos dois dar o seu corpo. O gerente se posicionou atrás do homem e colocou o bastão em seu pescoço, puxando para si, asfixiando-o.
- Por favor, relaxe, meu senhor. Quero colocar-lhe em uma condição mais... Apropriada. Ah sim, exatamente isso.
Quando o homem apagou, o gerente olhou para Érica e lhe deu uma ordem para ficar quieta e esperar. Viu que a droga quase venceu sua dominação, mas ficou contente por ter sucesso. Duas mulheres entraram pela porta, assim como dois homens grandes, muito maiores do que o rapaz.
- Frank, Lloyd. Arrastem nosso amigo para os fundos onde terei uma conversinha com ele. Desarmem-no e amarrem-no em nossa cadeira preferencial. – os homens saíram levando o desmaiado –Tiffany, Joseane, acho que Érica precisa de um tratamento para desintoxicação. Ela tomou uma droga que está causando euforia e muita vontade de sexo. Façam com que ela volte a si, como for preciso.

Com um sorriso de orelha a orelha, Érica viu as amigas se aproximarem, e preparou-se para o que viria em seguida. O gerente as deixou a sós e pediu que desligassem a câmera da sala. Daria privacidade a Érica e revogaria os direitos do tal assassino profissional que pelo jeito roubara um traficante. Experimentar uma droga daquelas em uma de suas garotas era imperdoável. O Rosa di Fiore cuida das suas garotas.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

3º Desafio - Hélzio Jorge de Souza

Hoje o desafio é bem diferente do habitual daqui, um texto mais... Contemplativo? Bem, eu tive mesmo que parar e pensar um bocado para falar de algo que NÃO conheço. Como meu pai, Hélzio Jorge, inventou de me pedir que escrevesse sobre lugares que NÃO fui, é esse o resultado. Espero que apreciem este relato sincero sobre algo que está nos meus planos futuros: Conhecer a cidade maravilhosa. E até amanhã!

Lugares que nunca fui: Rio de Janeiro

Escolher um lugar que nunca visitei não é fácil como parece, porque há muitos lugares que ainda pretendo ir. O primeiro passo então foi decidir que não seria lá de fora. Não só por ser clichê como por também ser mais complexo. É claro que gostaria de conhecer as terras de meus ancestrais italianos, visitar a nação da literatura que gosto, a Inglaterra, e passear pela parte antiga e moderna do Japão. Só que o que tenho mais chances de logo matar a vontade fica por aqui mesmo.
E assim reduzi minha lista a uns três ou cinco estados nos quais desejo passear algum dia. Entre eles, o que tenho mais curiosidade é o Rio de Janeiro, a famosa terra dos 40º, do Zé Carioca e da praia de Copacabana. Não que eu queira ir à praia, morando em Floripa isso chegaria a ser bizarro. Minha vontade é de conhecer a história da cidade que leva o mesmo nome, visitar os locais marcados pela vinda da família Real, e todos aqueles pontos turísticos clássicos.

Olhando daqui de cima parece tudo tão belo né? - Fonte: Rádio Mandela Digital
E claro, voltei ao clichê. É, eu sei, uma das coisas que mais sinto falta da escola é de poder perguntar ao professor sobre estas cidades sem passar vergonha. Mas é mais do que isso, eu gostaria mesmo de conhecer o povo de lá, que parece tão diferente, com seu sotaque cantado, seu estilo quente e solto, como o seu clima, e seus maneirismos. A verdade é que todo o Brasil é cheio de vários mini-povos muito diferentes entre si, e os cariocas são os mais clássicos.

Por fim quero conhecer o principal ponto turístico, o Cristo Redentor. Nada religioso, apenas o desafio de subir a escadaria e olhar para baixo, ver todo aquele espaço de gente, prédios, carros, observar do alto a vida da cidade, tão perto e tão longe. Deve ser uma sensação fantástica.

Até parece que não é tão difícil de subir né? Só não no calor. Fonte: Café Palheta

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

2º Desafio - Ana Carolina

Esse não foi tão complicado assim, ainda que bem divertido. Frozen foi uma ótima ida ao cinema, me rendeu uma resenha muito legal e um bom passeio com a Ana Carolina, que foi quem me pediu essa fanfic baseada no que vi no filme. Bem, acho que o desafio está bem respondido. Só espero que ela goste! Aproveitem aí a crônica de uma adolescente em meio às confusões desse inverno inesperado!

Há spoilers no texto. Não leia se não tiver visto esse lindo filme antes.



Quente demais para mim!

Calor, calor, muito calor neste verão. É o mais quente em anos. Talvez o próprio sol tenha vindo presenciar o aparecimento, depois de quase uma década, da nossa rainha. Escolher o vestido com esse clima é o que foi mais difícil, ainda mais tendo que aguentar a conversa de mamãe sobre “Você ouviu? As princesas farão um banquete com talheres de ouro e taças de cristal”. Francamente, mamãe, precisa de tanta fofoca?
O pior é que nem mesmo a chegada dos príncipes e reis de fora pode acalmar essa fúria do astro-rei. Nem um deles parece bonito, na verdade nem jovem! A não ser... Vislumbrei um navio, um pequeno, aparentemente de um reino distante. Falaram que é um dos herdeiros da coroa, mas um dos últimos da fila. Bem, se aquele pedaço de mau caminho não for virar rei de nada, poderia ao menos virar rei do meu coração, uau!
Ah bem, deixemos disso, preciso terminar este arranjo de cabelo. Mamãe disse que todos iremos levar presentes para a rainha. Como se ela fosse se importar com uma bijuteria com umas pedrinhas da praia. Aiaiai, é por isso que elas devem se isolar, de vergonha desse povo com pensamento tão pobre.
...
Deus, como a rainha é linda! Digo, sua irmã tem cabelos ruivos como as chamas, mas a rainha é fabulosa com sua trança dourada e seu porte de nobreza. É claro que ela não estava ligando para nós mortais, dá pra perceber que ela estava bem segura e confortável em seu castelo. Acho que, se não precisasse abrir os portões só pra hoje ela ficaria para sempre escondida. Aquelas luvas comprovam que ela não gosta de tocar na mesma coisa que os outros. É uma pena a princesa seja tão diferente e tão dada.
Aliás, falando em dada, olha só ela dançando com o príncipe Hans. Tudo bem, ela é bonita, mas... Ele é maravilhoso... Se alguma mulher (que não eu) tinha que estar com ele, deveria ser a rainha Elsa! Esse mundo está perdido mesmo. E esse calor... Estou derretendo aqui, e ainda por cima sentada, nem um único homem para me tirar para dançar. Ao menos não sou importante demais para aquele velho louco vir falar comigo. Vi como ele girou a princesa Anna antes e isso me deu arrepios.
Poderia ao menos esfriar um pouco... Na verdade... Até parece que está mesmo mais gelado. Estranhamente gelado. Ah, ótimo, a princesa e a rainha estão discutindo. Mamãe vai falar disso por meses... Aquilo é uma onda de gelo? Saiam da frente, quero ver! Ah! A rainha faz gelo! Mas o que está acontecendo?
...
Nu-nun-nunca ma-mais fa-falo mal do ca-calor... Brr...! Que frio! Quanto frio! Estamos congelando! Ouvi dizer que a princesa Anna foi atrás da rainha para fazê-la voltar e consertar isso mas... Não sei se é verdade, ou se ela mesma não é uma bruxa como sua irmã. Aquele velho louco as chamou de monstros. Não, monstros devoram as pessoas. Elas são só... Mágicas? Vovô sempre falou de trolls na floresta e eu achava engraçado. Talvez, agora, talvez seja mesmo verdade.
Oh! O lindo príncipe Hans está aqui para falar conosco em nome da sua... noiva... princesa Anna! Aiai... Será que... Ele vai me notar? Ah, ele está vindo para cá!
- Aqui, milady, um cobertor. Agasalhe-se bem e pode se esconder no castelo. Pessoal! Não temam! Anna trará Elsa de volta e todos voltaremos ao normal!
Como é belo o Hans... E tão generoso! Pena que eu nunca vá me aproximar dele.
...
Eu vi! Juro que vi! Era um boneco de neve falante! Ele chegou deslizando na neve e correu para o castelo! Mamãe pode dizer que fiquei louca, que minha cabeça congelou, que eu endoidei da bebida forte que vovô nos deu para aguentar o frio, mas é verdade! Eu ouvi alguém gritar um nome... Olavo, eu acho. E de repente ele surgiu da estrada alta. Primeiro a rainha congela tudo e agora nossas esculturas criam vida?
É isso. Se esse tempo não voltar ao normal, eu desisto! Vou viver nas montanhas como aquele ermitão, o Kristoff. Mamãe sempre disse que ele era um bom partido, mesmo com sua mania de falar com seu bichinho de esmitação (*cof cof* bichinho, claro *cof cof*). E bem... Vender gelo pode não ser bem criativo ou lucrativo. Acho que talvez dê para convence-lo a mudar de ramo, virar guia turístico, algo assim. Vai ter muita gente querendo conhecer as montanhas nevadas agora que esse é nosso principal ponto turístico.
...
Como assim Hans era malvado? Ele... Ele é bonito demais para isso! E a princesa ficou com Kristoff? Sério?!? AQUELE Kristoff? Esse mundo virou de cabeça para baixo. Não dá mais para saber no que acreditar! Ao menos... Estava certa e mamãe vai ficar bem quieta por um tempo. A Rainha Elsa realmene não é má. Ela ainda nos chamou a todos para mais uma festa em seu castelo, para que possamos aproveitar uma surpresa. Estou doida para saber o que é...

Só é uma pena que... Esse maldito calor tenha voltado.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

1º Desafio - Thiago Sant'Helena

Começando hoje meu desafio, aproveito para explicá-lo. No último Desenhe Aqui falaram de um projeto que envolvia a publicação de uma arte por dia, durante 30 dias. Gostei da ideia e de outra, citada pelo Diego Fernandes, de falar com as pessoas no face e elas darem sugestões e foi isso que fiz. Até agora recebi quatro propostas legais e vou tentar usar todas. E hoje já peguei a mais difícil, dada pelo Thiago Sant'Helena.

Graças à ajuda da Ann, mais uma vez, eu consegui fazer esse texto que vem à seguir. Espero que curtam, porque eu achei bem engraçado.

Rotina

Som. Relógio. Batida. Atraso. Geladeira. Droga. Pão? Margarina, queijo. Buzina. Mochila? Mesa. Porta. Chave. Cumprimento. Corrida. Semáforo. Fila. Fila. Fila. Fila.
Gritos. Chefe. Desculpas. Desculpas. Bronca. Trabalho.
Trabalho.
Trabalho.
Trabalho.
Trabalho.
Secretária.
Despensa.
Gemidos.
Trabalho.
Trabalho.
Trabalho.
Café. Comida. Conversa. Fofoca. Conversa. Relógio.
Trabalho.
Trabalho.
Trabalho.
Hora. Cerveja, conversa, futebol. Política, religião, sexo, sexo, sexo, gostosa. Hora.
Corrida.

Casa, cama, relógio. Droga. Fim.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Primeiro cinema de 2014

Há algum tempo que eu precisava voltar a escrever aqui. E mais ainda ir ao cinema assistir algo divertido. Hoje, por conta de uma promessa pra Ann e praticamente inquisição da Ari (vocês VÃO ver Frozen, disse ela), lá estávamos nós assistindo a mais nova animação Disney. Bem, animado fiquei eu em escrever, já que corri pro computador pra colocar minhas impressões sobre o filme. E cá estão! Espero que, como eu, vocês também tenham curtido. Até já!


PS: Como a Ann disse, a Elsa é mó vilã no trailer... Ê propagandinha enganosa...

Frozen – Uma Aventura Congelante


Desde que a Pixar foi comprada pela Disney e John Lasseter passou a ocupar o topo da cadeia criativa, mudanças foram feitas nos dois escritórios. Se por um lado Valente foi o filme mais Disney que a Pixar já produziu, os animados da Disney ganharam mais características da Pixar, e não estou falando só do visual em CGI. Frozen, que trás não uma, mas DUAS novas princesas para a casa, é uma demonstração do potencial que a empresa ainda mantém.

Muito adoráveis... Mas ok, a Elsa é muito diva.
Em primeiro lugar, um recado a quem não viu ainda o filme: Fuja do Tumblr, praticamente TODAS as cenas já foram postadas por lá e ainda peguei a reviravolta-mór do filme antes de vê-lo, o que não tirou a emoção de ir ao cinema. Mais de uma hora e meia passou rapidamente e me empolguei em cada cena, mesmo quando o filme parecia que viraria um musical de tantas sequências cantadas.

E mais, adorei os personagens principais, algo que já tinha acontecido em Enrolados e dificilmente antes disso (qualé, nem sempre dá pra curtir o par da protagonista). Cada um deles tem suas características bem exploradas e tanto Anna quanto Elsa mereciam o cargo de protagonistas. A história, aliás, dá as duas o mesmo peso, uma confirmação disso. Enquanto cabe a Anna trazer a irmã de volta, salvando não só ela como todo o reino, Elsa precisa aprender a controlar os poderes não pelos outros mas por si mesma.

Uma coisa é verdade: A magia da Elsa é estilosa.
E Kristoff é quase tão relevante em cena quanto Flynn Rider era no outro filme citado. Seu temperamento de ermitão (o que não é verdade no fim das contas), sua audacidade diante de grandes perigos e seu humor fazem bem à trama. O problema fica por conta da contradição: “Como assim você está noiva logo no primeiro dia?” pergunta ele. Aham, meu amigo, boa questão essa de amor à primeira vista.

A Ann amou os cristais de gelo... Eu também.
O que mais me surpreendeu no filme, no entanto, é a força das protagonistas quanto à sua feminilidade. Em nenhum momento uma das duas precisou se tornar uma guerreira no sentido másculo da palavra. Fortes, obstinadas, inteligentes e ainda por cima sensuais. Em uma das primeiras músicas, quando Anna pensa que poderá ver o mundo externo mesmo que por um dia, ela joga com a sedução para cima de um pretendente que ainda não conhece. Elsa faz a mesma jogada com sua beleza depois, ao finalmente ter a liberdade em seu castelo de gelo.

As duas vêem na liberdade recente não só a chance de fazerem o que quiserem, que seria o óbvio, mas também de crescerem como pessoas. E aqui a música de Elsa, Let it Go (não achei o nome em português) faz MUITO sentido. A garota, sem as amarras do segredo, passa a tomar decisões não por ter sido ensinada a isso pelos pais, e sim porque acha que é o melhor. Vencer o seu medo se torna então o último obstáculo, o que é poético, já que foi o primeiro.

Desde a Vampira uma mecha branca não era tão relevante.
Como todo desenho Disney Frozen tem seus mascotes, na figura dos trolls, parte importante do filme, de Sven, o “cachorro” de Kristoff, e do engraçado Olaf. Vi a versão dublada e devo dizer que fiquei feliz em ver que Fábio Porchat conseguiu dar ao boneco de neve um tom cômico sem forçar a barra e sua voz combinou bem. Claro, não é no mesmo nível de dubladores profissionais, mas vejo que poderia tranquilamente voltar para trabalhos futuros. A dublagem de todos os outros ficou ótima, o único atravanque foi com Hans, que na parte final do filme pareceu ter perdido a emoção na voz.

E tinha começado tão bem...
Frozen não é o clássico máximo da Disney, nem me fez rir mais ou chorar mais (Rei Leão ainda é o melhor nisso), mas com certeza é um belíssimo filme que quero adicionar à minha dvdoteca (ou será Bluraioteca?). É diversão pura.

PPS: Eita curta do Mickey que é quase um longa, sô!