quarta-feira, 24 de maio de 2017

Terça Insone II

Talvez, em algum momento futuro, eu encare os dias de hoje como a fase da metamorfose. Meus pensamentos, que eram muito caóticos, tem se reunido em linhas curtas, enunciando uma mudança interior muito perceptível. As camadas foram caindo, e cada palavra ganha um novo peso, não por menos, tornando-se tão densas quanto a matéria que tocamos. Peço perdão pelas rudezas... não tenho certeza mais de quais são...

A Força que eu não tenho

Foram-se os dias em que
contando nos dedos
eu tinha mais certezas que dúvidas
Tais pensamentos tinham forma
de cristais de gelo circundando
as paredes da minha caverna
Sabe aquele espaço pequeno
dentro da sua cabeça
em que você pode se esconder?
Há nele um monstro
tão grande quanto minha vontade
que em algum momento me devorará
A Força que eu não tenho
é a que me falta em meus sonhos
e também a que não me compele agora
A andar, correr, voar
sair deste ostracismo auto-infligido
culpa do medo que corrói meu âmago
Medo não de agir
mas de perder, como se fosse possível
tudo aquilo que construí para mim
Medo de que meu castelo rua
por ter suas bases não tão sólidas
feitas dos cristais do meu amor
É verdade que eu talvez exagere
e que tudo isso é só meu monstro em mim
dizendo mentiras que eu acredite ser verdade
Droga, já não sei mais quem sou
só queria nunca deixar de ser
a pessoa que você pode amar

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