segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

14º Desafio - Ana Carolina e Gabriel Carneiro

Bem, teoricamente esse desafio é só da Ann, mas ela pediu pra fazer baseado em faroeste por conta do Gabriel, então resolvi fazer uma homenagem pra ele também. É um conto curtinho e simples, mas foi bem divertido de escrever. Amanhã espero voltar à programação normal, exatamente na metade do grande desafio!

Imagem simples do DeviantArt, mas ótima pro texto.

Uísque. Duplo.

Dois buracos de bala, a garrafa de uísque correu pelo balcão, caindo diante do corpo do defunto. Silêncio no salloon. Nenhuma viva alma pensou em se mexer ou contestar o assassinato. Os buracos de bala pararam se soltar fumaça.
- Duplo. – disse o atirador, sentando no balcão diante do barman enfurecido.
Havia trocado a tábua há uma semana só, exatamente pelo mesmo motivo. Era o quinto morto desde o começo do ano e ainda nem haviam chego a Março! Definitivamente um ano ruim para os negócios, a não ser para o coveiro.
- Qual seu problema, Tooth? Será que dava para... Esquece, não está mais aqui quem falou.
O revólver voltou ao coldre, levando consigo mais uma morte não concretizada. Quanto ódio Brian “Black Tooth” Holligan carregava consigo por todo aqueles homens? Ninguém sabia, mas a pilha de corpos aumentava e estava ficando difícil contar. Um dos homens sempre jogando pôquer havia começado a contar com cortes na parede.
Ninguém pensaria em enfrentar o velho Tooth, poucos seriam capazes disso, na verdade. O medo que sua arma trazia poderia ser comparável ao medo do próprio ceifador. O demônio também tinha olhos negros, e sua história era tão obscura que preferiam ignorar.
- Aqui está, Tooth, mas por favor... Vá embora.
E foi, porque depois de beber o Tooth não tinha mais o que fazer por ali. Havia matado mais um e pronto. Era o bastante.
Mas as coisas mudaram um dia, quando um chicano de sombrero e com uma Winchester surgiu na borda da cidade. Ele dizia procurar pelo pai, um homem que havia fornicado com sua mãe e fugira. Agora teria seu couro curtido preso nas costas de seu cavalo. Todos pensaram em Tooth, já que sua fama de grande comedor chegara longe. E o garoto tinha fibra.
O grande Tooth ignorou, preferiu fingir que não era com ele e foi beber como sempre. Dessa vez não tomou sua dose habitual, nem atirou em qualquer um. Ficou ali parado, como se esperasse por algo. De repente três tiros foram ouvidos. Tooth caiu no balcão, o copo fugindo dos dedos e se espatifando no chão do salloon. Sem dizer mais nada e passando pelo povo que absorvia a cena, o chicano sentou, deu uma batida e chamou o barman.
- Duplo. – foi tudo o que disse.

O homem, aquele das marcações na parede, pegou a faca e fez um corte por cima de todos os riscos anteriores e então iniciou uma nova sequência.

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