sábado, 21 de março de 2015

Um dia eu comi cogumelos

Tem dias que eu resolvo aloprar, escrever o que vier na cabeça e olha lá. Ás vezes porque quero homenagear alguém, ás vezes porque quero satisfazer uma vontade mórbida ou simplesmente porque sim, não há uma boa razão para tudo. E exatamente por isso que tenho textos os quais me orgulho de tão loucos que são. Este, em questão, foi feito para agradar uma grande amiga, daqueles do kokoro, que quero guardar bem no fundo da alma. Saiba, Monichan, que foi com muito carinho mesmo. Te gusto mucho. E aproveitem o texto muito do louco!

ID, Ego e SuperEgo ao resgate!

PLIM! PLOM! PLAM! Três criaturinhas surgiram flutuando ao redor da cabeça dela, uma de asas de borboleta enormes, outro montado em uma vassoura e a terceira em cima de um pires giratório. Todos pareciam assustados com o que estava acontecendo.
- Ei, ei, ei! – disse o rapaz – Mas o que é isso? O que ela está fazendo? Alguém pelamordeDeus me diz o que está havendo.
- Você é tão baka, Tonhonhoin-san. Muito perdido-desu! – disse a garota de cabelos encaracolados no pires – É óbvio, mais do que óbvio, que ela está decidindo a roupa.
- Own, ela fica tão fofinha nesse vestidinho! – disse a com asas – Veja que linda essa cor!
- Eu acho que ela ficaria mó gata com aquele ali ó! – o garoto apontou para um tecido que mal cobria os seios do manequim – Vai por mim, ninguém teria dúvidas pra onde olhar!
- Ah, que rude, Tonton! – reclamou a de asas de borboleta – Assim ela poderia se sentir muito mal!
- Vocês são horríveis pra dar conselhos, nyet! Que vergonha Annabelle! – bufou a no pires voador – Por mim ela pegava aquilo ali, mais aquela bota lá e colocava junto dessa saia aqui e pronto! Estaria ótima!
- Mon cherrie, com essas três peças ela ia parecer que estaria indo pro Carnaval e estamos em outubro. Manera vai! – disse Tonton e então coçou a barba por fazer – Que tal se a gente tentar... só tentar... trabalhar em sincronia?
- Grande ideia, Tonton! – exclamou Annabelle – Eu acho fantástico, não concorda, Monichan?
- É, é... pode ser. Bem, vamos chegar a um consenso aqui. Ela deve ficar atraente, bem vestida e confortável, ok?
- Tudo bem, se por atraente você diz gostosa, bem vestida for com algo que seja do gosto dela e confortável for até onde dá...
- Isso aí, Tonton. Agora... vamos nessa!
As três “fadinhas conselheiras” começaram a circular em volta de sua cabeça, acompanhando seus movimentos pela loja, tentando achar algo que combinasse. Tonton, responsável pelo Id e por toda a moral não tão elevada Dela, buscava por coisas mais exóticas e cheias de cintas, couro e capazes de despertar a libido. Annabelle queria torná-la bela, mas comportada, não exagerar em nada, como avatar do Superego. Cabia a Monichan, o Ego, driblar os dois e pescar só o que seria bom de cada.
- Ei, que tal aquilo ali? Parece bem bom e olha... vai dar um up nesses peitos...
- Relaxa aí, Tonton, que ela precisa conseguir entrar nesse negócio antes... vai morrer asfixiada antes de conseguir se divertir.
- Ah, mas essa blusa é tão bonitinha! Ficaria uma graça!
- É uma festa de aniversário num bar, Annabelle! Não um coral de igreja! Manera!
- Opa! Aquele parece bom! Monichan, que tal?
- Huuuuum... talvez, mas seria preciso...
- Que saia maravilhosa! Eu amaria vê-la numa dessas!
- É, tem um ar legal, quem sabe...
- Essa bota! Orra, precisamos dela!
- Cara, deixa eu pensar...
- Aiai! Que meigo esse laço! Temos que usá-lo!
- Agora chega! Tonton! Annabelle, aqui!
Ambos viraram para General Monichan, que agora utilizava um chapéu militar e estava diante de um enorme mapa da cabeça Dela. O pires voava de um lado para o outro, como se ela estivesse marchando.
- Senhores! Nossa missão é simples, porém de enorme perigo! Devemos escolher a vestimenta apropriada pra Ela e ainda manter alguma classe, estão me entendendo? Nada de ficar apontando boas opções sem analisar o todo e devemos, acima de tudo, ser condizentes com o que Ela quer, certo? – Monichan bateu no mapa bem no meio do que seria a área da “vergonha” – E ela quer aparecer HARD! Então me ajudem aqui!
- Sim, senhora! – disse Tonton batendo continência.
- Senhora Monichan, o inimigo se aproxima! – avisou Annabelle diante de um “radar”.
- O quê? Mas como?
- Aparentemente a vendedora notou nossa presença. Precisamos agir rápido antes que ela invada o perímetro!
- Tonton! Localize o corset que você estava olhando antes e veja se tem preço! Se não, prepare pergunta padrão número um e dois, em sequência!
- Como desejar, general! – Tonton programou as duas e vasculhou em busca de um valor que não localizou e então apertou dois botões.
Ela se virou para a vendedora e abriu um sorriso tímido, lançando as clássicas “Quanto custa?” e “Será que teria no meu tamanho?”. Tonton, Monichan e Annabelle seguraram a respiração até ouvir um “Vou verificar” e então soltaram o ar, relaxando um pouco.
- Monichan... sugiro que preparemos uma alternativa caso a vendedora surja com “outras opções”. – disse Tonton e então olhou em volta – Ei... que tal aquele...
- Não, não, Tonton! Minha vez! Monichan... eu estava olhando e sei que o local pede um pouco mais de ousadia, então pensei em... – e sussurrou algo no ouvido de Monichan que arregalou os olhos.
- Tem certeza de que isso foi ideia sua, Annabelle?
- Ah, sabia que tinha sido exagerado! Desculpe, eu...
- Não, não... adorei! Vamos esperar ela voltar e...
Subitamente a vendedora surgiu diante Dela e começou a enchê-la de perguntas e mostrar “outras opções”. Annabelle apertou os botões certos e as respostas vieram em sequência. A vendedora foi encurralada e obrigada a trazer as peças pedidas e então levou Ela para o provador. Tonton, Monichan e Annabelle ficaram esperando até que ela abrisse a porta e mostrasse a combinação. Os três ficaram boquiabertos e Tonton soltou um assovio.
- Uou! Que gata!
- Ficou maravilinda! Amei!
- Cara... ok... admito... eu pegava...
As três consciências viraram-se umas pras outras e cumprimentaram-se pelo bom trabalho feito.
- Sabe, a gente devia mesmo trabalhar mais vezes juntos! – comentou Monichan.
- Quando quiser, meu amor... tô dentro pro que der e vier.
- Eu ficaria muito contente, Monichan, Tonton.
- Bem... hora de vocês dois irem... deixem comigo por enquanto! E até a próxima!
PLIM! PLAM! Os dois sumiram e a garota do pires continuou ali, acompanhando sua Mestra de um lado pro outro até que sua intervenção fosse necessária.

2 comentários:

  1. Que lindo, eu super amo esse conto, feito tão sob medida e com pires voador.
    Fico muito lisonjeada e feliz de ter um conto tão lindo e um post só pra ele.
    Te adoro demais Tonhonhoin-san ♥

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    1. Meus best friends merecem posts pra eles, moça e não me incomodo NADA em fazer isso. XD Muito pelo contrário. Eu realmente espero que você aprecie isso e que se sinta especial com ele.

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