Foi a Ann que me surgiu com essa frase e eu adoro como ela realmente soa bem, lembra daquele achocolatado vendo Jetsons ou da pipoca no cinema enquanto via Toy Story. Ok, talvez não fosse exatamente falando da comida, mas de ter em mãos ou rever alguma coisa que fez parte da nossa infância, uma lembrança gostosa e divertida. Então é por isso que trago aqui hoje uma pequena resenha de Laços, minha mais recente aquisição pra minha biblioteca de histórias em quadrinhos especiais. O que vocês vão ler é a empolgação de uma criança que de repente pode reassistir seu filme favorito. Embarquem comigo nesse feeling.
Laços
Desde o dia em que conheci o Puny Parker, em uma página que
já não lembro mais, eu fiquei com inveja do dom de Vítor Cafaggi em desenhar
histórias suaves, com personagens profundos e dilemas instigantes. Acompanhei
todo o percurso até nosso herói da vizinhança mirim terminar sua saga, e segui
pelas atrapalhadas do cachorrinho Valente, que parece não dar uma dentro. Eu
realmente passei a admirar este autor e quando vi suas páginas com o Chico
Bento no primeiro especial de 50 anos da MSP eu só pude pensar em quando esse
gênio poderia publicar algo do tipo em um título próprio. Essa espera acabou
com Laços.
Devo dizer, eu já conhecia Vítor, mas também me surpreendi
com sua irmã, Lu, que entrega uma historieta, uma lembrança do primeiro
encontro entre Cebolinha e Floquinho, de encher aos olhos. Laços é aquilo que
eu estava esperando e mais um pouco. Na primeira vez em que bati os olhos no
anúncio, logo após Magnetar, com o personagem Astronauta, se tornar um sucesso,
o primeiro do selo novo da MSP, eu já esperava uma aventura oitentista, ao
estilo Goonies, que me divertiu muito quando criança e ainda me empolga hoje. O
que recebi foi mais ou menos isso, e muito bom.
Como não se encantar com essa fofura? |
Não se enganem, Laços é realmente uma história da Turma da
Mônica, com o quarteto que se tornou tão famoso a ponto de ser publicado em inglês
e em espanhol e que gerou milhares e milhares de produtos, de brinquedos a
filmes para o cinema. Mas ainda assim, a marca dos Cafaggi brilha em cada quadrinho,
em cada balão. A trama é simples, como devem ser as histórias para crianças que
também divertem aos adultos. Após mais um plano infalível fracassar
miseravelmente, Cebolinha descobre que seu cãozinho fugiu, e se reúne à Mônica,
Cascão e Magali para resgatá-lo, acabando por se meter em encrenca das grandes.
Tanto o traço quanto as falas e também os easter eggs
espalhados pelos quadros, como os brinquedos do Careca, conseguem encantar, nos
brindando com diálogos excepcionais e tiradas de fazer gargalhar do Cascão.
Aliás, cada um dos quatro personagens parece elevado à infinitésima potência,
se tornando tão diferente das versões gibis quanto parecido com a essência do
que eles são. Cebolinha não é só o moleque levado dos filminhos que assistia
quando criança ou dos gibis que devorei e devoro até hoje, mas também o gênio
no qual os outros confiam, com a capacidade de liderança que precisa para
tirá-los da enrascada. Já Mônica é tão delicada quanto forte, e mesmo em seus
momentos de explosão, dá pra ver a meiguice da menina que não consegue
controlar seu temperamento, mas adora seus amigos e faria tudo por eles. Cascão
é o sujinho matreiro com espírito de porco que faz piada quando não deve e por
isso mesmo é tão engraçado e camarada, sempre ao lado do amigo de cinco fios. E
Magali, bem, ela é talvez a personagem que mais me apaixonei nessa história, já
que não é preciso que ela diga muito, sempre sabendo o que fazer para ajudar a
melhor amiga e quando ou onde deve se meter, e comendo de forma extraordinária.
Os outros personagens são também cativantes, cada um com
características especiais, principalmente o “pai” da Mônica em participação especial
e mais do que merecida. O trato dado ao encadernado foi formidável, com capa dura
e páginas lindas, feitas com material muito resistente, o que me surpreendeu
pelo valor cobrado, de 29 dilmas. Foi o suficiente para que eu saísse da banca
com a revista em quadrinhos nas mãos, feliz da vida pela aquisição. Eu sugiro
que façam o mesmo, não irão se arrepender.
Quase correu uma gota de suor masculino lendo essa resenha e lembrando das histórias de infância...
ResponderExcluirVc não deve ter lido ainda, senão não seria QUASE XD
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